quinta-feira, 1 de maio de 2008

A IMPORTÂNCIA DE UM "i"

De Portugal para a Espanha, chegamos a MÉRIDA. Nunca a presença de uma simples letra “i” fez tanto sentido. Mérida, que seria definitivamente evitada não fosse pelo “i”, é um lugar lindo e surpreendente.

Essa cidadezinha só entrou no roteiro porque está no caminho entre Lisboa e Toledo. A gente não sabia nada, mas sugeriram e reservaram pra nós um quarto no PARADOR de Mérida, pra passar a noite e seguir viagem amanhã. Não podia ser melhor. Fiquei deslumbrada. Mérida é re-al-men-te bonito, uma gratíssima descoberta.

O Parador onde estamos foi um convento e depois uma cadeia. É divino. Cada detalhe é de parar e ficar olhando, devagar, e tentar se lembrar de um passado que você não viveu mas que é como se estivesse estado aqui. Mandrake.

†udo o que foi conservado pela cidade tem resquícios romanos. Ruínas, algumas construções, muralhas, pisos, portas, janelas... E A PONTE. Meu Deus, a ponte romana é uma coisa extraordinária. Só passa gente. †em mais de um quilômetro de paralelepípedo sobre o Tejo. Tudo é lindo e cheio de história. E ainda chegamos lá bem no pôr-do-sol! A hora da luz mais linda! Eu queria sentar no chão - ou melhor, na ponte - e gritar de tanta boniteza. Segundo a Daysi, essa ponte é parecida com a ponte de Praga. Imagina que deslumbre.

E a cidade simplesmente "ferve". Aquela fervência de cidade do interior rica. Todo mundo na praça. Os playboys passando com seus carros e o som altíssimo, as meninas em rodinhas e risinhos, famílias e crianças, e velhinhos e cachorros... hoje é feriado então tava todo mundo lá. Inclusive à noite. Tava a maior balada num pub chamado La Casa de Tu Madre, aqui na frente do nosso Parador... pero a mi madre, lógico, no le gusto ni la puerta! Y nos fuimos a dormir... rs.

E o que, de fato, fez meu coração pular: árvores e mais árvores CARREGADAS de tangerina. Aquela mexerica Polcan, gigante. Árvores e mais árvores... E NO MEIO DA RUA! Assim, no meio de um praça, e de outra, na porta do meu hotel, em qualquer esquina... parecia desenho animado, juro. Que coisa linda! É, acho que eu sou caipira...

Enfim, amei Mérida.

Antes de chegar aqui
Teve maratona de 1 de Maio pelas ruas de Lisboa. Nós fomos almoçar em Monsanto num restaurante onde você escolhe o peixe fresco, exposto como se estivesse no mercado, e eles fazem grelhado ali na hora, no meio do salão. Mercado do Peixe. Se for a Lisboa, vá lá. E coma o camarão gigante que esqueci o nome.

Do Mercado, pegamos a estrada em direção à Espanha. No caminho, pra fazer companhia à Linda-A-Velha, encontrei Montemor-O-Novo. Tenho a foto de prova. Ataque de riso.

Antes de sair de Portugal, passamos por Évora, só pra olhar e conhecer rapidinho. É uma cidade murada, bem pequenininha. Cidades muradas me causam uma sensação que ainda não sei bem qual é. Talvez eu descubra amanhã, em Toledo.

Enfim, amei Mérida mesmo.

Talvez eu tenha mais a dizer, mas agora não dá tempo.
(e eu sempre tenho mais a dizer)

A Maratona do Primeiro de Maio
Os portugas vão correndo além-mar
porque é preciso navegar.

Nós caminhamos devagar
pra poder aproveitar.

Minha mãe faz rimas pobres
e eu tento consertar.

Ela diz que eu faço tudo errado
e que tenta me arrumar.

Arrumamos as malas
e fomos viajar.

No Mercado do Peixe em Lisboa, o almoço:
imperador grelhado,
pastel assado,
restaurante cheio no feriado.

No caminho para a Espanha, Évora:
cidade murada,
não teve parada,
mal demos uma olhada...

Na chegada a Mérida, a surpresa:
o convento Parador, a influência romana, as árvores de tangerina;
casinhas, ruelas, praças, uma ou outra ruína;
e nós deslumbradas sobre a ponte que não termina.



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