segunda-feira, 5 de maio de 2008

EL GRANDE TEATRO DEL MONDO

As luzes do teatro se apagam quando começa o espetáculo graças a uma opera de Verdi. Sabia? Eu também não sabia. Apendi durante a visita ao GRAND TEATRE DEL LICEU, em Barcelona. As pessoas iam às operas para ver e serem vistas e para ficar conversando. E então havia essa opera do Verdi que dizia que o importante estava no palco e não na platéia, e que por isso as luzes da platéia deviam baixar quando o espetáculo começava. Isso foi dando tão certo no sentido de fazer as pessoas assistirem em vez de conversar, que foi-se diminuindo a luz cada vez mais, até apagar de vez, como se faz até hoje. Bem, isso foi o que me contaram, e mesmo que não seja bem assim, vou continuar acreditando nisso porque a história é muito boa e eu adoro histórias boas – verdadeiras ou nem tanto.

Outra coisa que aprendi no Liceu foi que o pintor catalão Ramon Cazas só pintava as mulheres de boca fechada porque quando ele tentava fazer bocas abertas, comversando ou cantando, ficava tudo um horror. Então, mesmo nos quadros onde as senhouras tomam chá e fofocam, ou quando as freiras cantam no coral, estão todas de boca fechada - e lindas.

No museu de Monteserrat vi, mais uma vez, que a luz do Caravaggio é divina e brutal. E lembrei que gosto mesmo é de Velasquez. Tem As Meninas de todos os tamanhos, e chaveiros, e ímãs, e colherzinhas e enfeites e sei-lá-mais-o-quê. Eu não queria que meu quadro favorito fosse assim, arroz de festa. Muito sem graça. Mas parece que é. E continua sendo meu favorito.


PS: Pensando melhor, o catalão depois de um tempo começa a se acomodar nos ouvidos e a gente passa a entender tudo. Continua pareceno Hopi Hari, mas com sentido. Muito divertido.
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