domingo, 25 de maio de 2008

CLARICE, DAYSI E HELOISA

Nem Torre Eiffel, nem Louvre, nem Champs Elisee: hoje a maior beleza e a maior alegria que Paris me trouxe foi encontrar a tia Clarice, que eu adoro muito nem sei bem por quê. Ela e o tio Abdo estão aqui e nós quatro nos divertimos bastante juntos. Fomos à feira, ao jardim, ao restaurante, às histórias do tio-Abdo-rei-na-China, ao céu.

E descobri que a minha mãe e ela, Clarice (que de Lispector tem qualquer coisa), estudaram com a Heloisa Buarque de Holanda no Des Oiesaux. Engraçado descobrir isso em Paris, já que a Heloisa eu descobri em um café literário. Segundo minha mãe, a "Helô" tocava violão, fazia jornalzinho, era meio bicho-grilo e desenhava as bailarinas mais lindas do mundo! Vai, que a gente nunca podia imaginar que o passatempo dela no recreio da escola era desenhar bailarinas! Bom, e ela certamente escrevia poemas e também vinha muito a Paris - essa última informação é um puro palpite meu, mas bastante provável.

Enfim, foi tudo poético.
O encontro e a descoberta.

NEGÓCIO DA CHINA
Sabia que um cara loiro, gordo e braquelo na China de antigamente fazia o povo parar na rua e ficar olhando boquiaberto? Eu fiquei sabendo depois que o tio Abdo contou que ia pra lá, há uns 20 anos, fazer negócio e as pessoas tratavam ele como rei. Tia Clarice contou que na tradição chinesa quanto mais gordo, mais rico. Então, imagina um cara deveras acima do peso e ainda por cima muito loiro e de olho azul-piscina passeando entre os Tchin Djin Lin... Só faltou o papamóvel. A tia Clarice queria se esconder e o tio Adbo pensava em coisa triste pra não rir, cada vez que a multidão de chineses ficava paralisada com aqueles olhinhos que riem olhando pra ele. De vez em quando, ele dava um sorrisinho de retribuição só pra desafogar a risada.

E veja a globalização: as histórias da China foram contadas por brasileiros num restaurante japonês em Paris.
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