O museu é maravilhoso, mas nada pra mim foi mais fascinante do que as crianças pequenas tendo aula lá dentro. Deve ser a coisa mais comum do mundo pra quem mora na Europa, mas pra mim foi uma visão nova e mágica. Aqueles tocos de gente sentadinhos diante de obras imensas, olhando e reagindo ao que a professora falava. Lindo demais.
O último grupinho, por uma incrível ironia, estava diante do Urso Branco, de um escultor aluno do Rodin chamado não-sei-o-quê POMPON... Não é MUITO legal? O cara chamar Pompon, esculpir um urso branco quase de pelúcia, e as crianças estarem no museu diante dele? Ai, eu achei. E é isso que importa afinal era eu mesma que estava lá. Grata.
Entre todos os quadros do museu, um. Este (Mort de Francesca de Rimini et de Paolo Malatesta). Porque de repente me deparo com esses personagens, esses amantes, e essa história que eu nem conhecia até um dia conhecer... e me faz pensar em todos os casos de amor, os lindos, os eternos, os felizes depois tristes, os "fracassados", os terminados ou os tragicamente interrompidos. Os esquecidos. Os eternnizados na memória. E me faz pensar em todas as histórias proibidas e atrapalhadas. E em toda a censura, em toda a falta de amor, em toda a incompreensão. E me traz a Divina Comédia de Dante, que um dia eu ganhei de alguém que amei acima de tudo, e que me amou acima de tudo, e que hoje não faz mais parte de nada de mim, nem disso, nem desta viagem, nem deste quadro, nem desta emoção... embora faça parte da minha lembrança. E então, mais uma vez, eu me pergunto se vale a pena. E eu mesma respondo: vale - porque não fossem as histórias de amor que vivi, esse quadro não teria o menor significado pra mim, e não seria tão lindo. Tão lindo quanto o livro caído da mão morta que lia para ao amado ao morrer...
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