domingo, 1 de junho de 2008

A MULHER DO TREM

Estou na Bélgica!
Em Brugge.
É lindo.

A primeira viagem de trem da minha vida - de Paris para Brugge - foi muito muito tranquila. Até demais. E muito muito rápida. Definitivamente rápida demais. Não deu tempo nem de escr... cheguei!

No meu vagão, pouquíssima gente. Precisamente 8 pessoas, contando comigo. Dois casais que conversavam em espanhol sobre o Roland Garros e juravam que seus filhos – pequenos ainda – seriam os próximos sucessos do tênis mundial! Uma moça numa ponta e um senhor na outra cujos rostos nem vi direito. E um homem grisalho, calvo e elegante, atrás de mim, trabalhando num mac grandão!

Em Bruxelas, quase todos desceram. Sobramos eu e o calvo elegante. Puxei papo com ele, e perguntei se ele me indicava um hotel em Brugge. Me disse onde ia ficar, mas não sabia preços e se tinham lugares porque era tudo coisa de trabalho. E eu, ainda, nem perguntei no que ele trabalhava. Mas quis saber se era de Paris. Não. Ele é francês, mas de Mointpellier. E, do nada, veja a coincidIencia, me contou que lá há em maio um dos mais importantes festivais de teatro infantil do mundo! Não é bizarro ele dar essa informação exatamente pra mim? Sem ter idéia do quanto isso tem que ver com a minha vida? Achei chocante. Ele me mostrou fotos e tudo, porque vai sempre com os filhos. Na estação nos despedimos e eu, então, fico sabendo o que ele faz e lamento muito não ter perguntado antes: sou cientista – biologia humana (ele que disse). Quase dando tchau, ainda tive tempo de fazer uma única pergunta: mas e aí, mister cientist, me fala a verdade, a evolução da ciéncia tá fazendo tudo direitinho? Ou estamos a caminho de algum lugar estranho e ruim? Ele riu e se limitou a me dizer que tudo já foi visto e qualquer coisa que venha, já será repetida… Não compatilho muito dessa informação, mas, enfim, como é que vou discutir com um cientista?

Então fiquei lá, sozinha, em frente ao mapa na parede, tentando tomar um decisão do que fazer e pra onde ir. E rindo. Sorrindo e rindo sozinha. Foi quando um jovem casal falando espanhol chegou perto de mim no mapa e tentou se achar. Puxei papo, claro... Resumindo, consegui um quarto no hotel deles e ficamos muito amigos – além dos dois, estão os pais dela. Luce e os pais, Flor e Juan Pablo, são argentinos; Davi é espanhol, namorado de Luce. Os dois moram em Barcelona, na Espanha. Pronto, já tenha família em Brugge também. E são mesmo. A gente até já faz piada um com o outro. Principalmente o pai e a mãe. São ótimos! Todos ótimos! Tenho muita sorte.

VESTIDO DE NOIVA
Vocé já esteve num hotel que tem como decoração um vestido de noiva emoldurado e pendurado na parede da recepção? Eu já. E o vestido é da esposa do dono.

Ah, e num hotel que tem na parede da sala de café-da-manhã roupinhas de nenê, também enquadradas para a posteridade, você já se hospedou? Eu também já. Roupinhas do filho do dono, claro.

E há ursinhos que imitam pelúcia e mais uma centena de coisas antigas e umas bugigangas, enfeites, pratas, um monte de cacareco que não consigo descrever espalhados pela decoração. Bem Brugge, bem pitoresco! BEM legal!

FANFARRA
Na praça, o último show de um festival. MUITA sorte. O grupo era demais. 11 caras engraçadas e MUITO bons! Um no acordeão, dois na percussão e todos os outros nos sopros. MUITO bom. Teve até uma libanesa cantando música árabe. Foi de uma adequação para com a minha pessoa que até Deus pode se perguntar como certou tanto no momento da coisa com o momento em que eu estava chegando no lugar. Foi o máximo.

Escuta lá:
VA FAN FAHRE

OITO
É o número do meu quarto.
888 é a senha da porta.
Algo me diz que vou voltar pra Brugge um dia.
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