segunda-feira, 2 de junho de 2008

AS JANELAS DE BRUGGE

Aluguei uma bicicleta e fui passear pela "grande brugge", onde as pessoas moram fora do canal principal, que rodeia o centro da cidade. Bem, descobri que existe em Brugge um vício, ou seja lá o que for, por colocar coisas no batente das janelas, pelo lado de dentro.

É assim: as casas aqui têm sempre na fachada a porta e pelo menos uma janelona de cara pra rua, ao lado da porta. Daí, essa janela, que certamente não abre pra dentro senão ia derrubar tudo - e talvez nem abra -, tem umas coisas apoiadas nela, usando o batente como se fosse uma estante ou uma mesinha de centro. E as coisas às vezes ficam viradas pra rua, às vezes de costas, viradas pra sala da casa. É louco. Juro. TODAS as casas são assim. As fotos não me deixam mentir. Tem plantas, flores, vazos de tudo que é tipo, estátuas, troféus até, e muitas coisas estranhas que eu não tenho a menor idéia do que venham a ser. E aí, pruuublema, eu fiquei viciada em tirar fotos das janelas com as coisas. Podia ter passado o dia nisso... Era uma mais curiosa do que a outra. Mas resolvi fugir de lá antes que meu dia acabasse nos enfeites das janelas de Brugge.

DAMME... IT
Andei MUITO de bicicleta. Mas, mais uma vez, fui engabelada por uma sugestão infeliz. Quer dizer, o caminho era mesmo lindo, mas o cara que me alugou a bici me mandou pra fora de Brugge, quando tudo que eu queria era passear lá dentro. Explico: eu pedi a ele uma sugestão de passeio e ele "tipo" entendeu que eu queria pedalaaaaar, passear de bicicleta pela vegetação e me mandou pra uma estradinha - linda, é verdade, mas que me fez andar 5 km de ida e 5 km de volta de uma cidade vizinha chamada Damme. Foi como passar uma hora pedalando no Ibira deserto. Na volta, quando eu ia passear mais por Brugge mesmo, caiu uma tempestade inacreditável.

Em resumo, duas coisas:
1. preciso voltar a Brugge mais uma vez na vida e andar de bicicleta por todas as ruazinhas.
2. minhas pernas estão doendo loucamente.

PITORESQUICE
O dia começou de barquinho pelos canais da cidadela. Cada construção linda, fofa, pitoresca! Ainda mais vendo de dentro do canal. E "pitoresco" é a melhor definição para Brugge porque significa isso e só isso mesmo, sem sinônimo: Brugge é pitoresca. Exato, como a decoração do meu hotel. É singela também, mas mais pitoresca.

O MESMO CAMINHO, DOIS CAMINHOS DIFERENTES
Engraçado como quando a gente faz o mesmo caminho em momentos diferentes, ele pode ser muito mais bonito. Vivi isso aqui em Brugge. Fiz um caminho de manhã e depois me arrisquei a fazer o mesmo caminho à noite de novo. Um risco. Porque podia me tirar a magia da primeira vez. Não. À noite foi bem mais lindo. Talvez porque eu também estivesse diferente. Foi bom arriscar fazer o mesmo caminho de novo, e ver uma beleza diferente e melhor.

LUGAR, HORA, COISA
Aqui também tive a sensação repetida de que muita coisa na vida se resume mesmo a estar no lugar certo na hora certa. Mas se repete também a sensação contrária, de que não importa nem um pouco onde vocé está, porque mesmo se nada estiver acontecendo no lugar em que você foi, alguma coisa já está acontecendo. E se você estiver hoje lá, amanhã vai estar cá, e sempre ganhar ou perder alguma coisa. Em qualquer lugar. No certo, no errado, na rua, no quarto, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê. Resumindo eu não disse nada, mas era isso mesmo.
Tanto faz.
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