quinta-feira, 11 de setembro de 2008

È TUTTO LA STESSA COSA

Sim, é tudo a mesma coisa. Muda a cultura, mudam alguns costumes, muda o nível de calor ou frio do tempo e principalmente das pessoas, mas é tudo a mesma coisa. Todas as cidades, em todos os países... uguale. Aqui eles tém uma expressão para isso: "tutto il mondo è paese".

Na Itália, por exemplo, Roma é o Rio de Janeiro ou as cidades grandes do nordeste, e Milão é São Paulo. Na Croácia, Zagreb é SP ou Milão, e toda a costa croata é o Rio e o norte do Brasil. Até no Japão é igual: Tóquio e Osaka. Nessa ordem, respectivamente. Falamos sobre isso hoje na aula e eu nunca tinha me dado conta do quanto é exata a comparação.

E Firenze é uma píccola Roma.

Roma e Firenze são caóticas, e isso eu já falei. Mas é demais, demais, demasiadamente desorganizado. Tudo desorganizado. E as pessoas demoram demais, demais, demais pra te atender, pra te entender, pra fazer qualquer coisa. Só são rápidos na grosseira e na gritaria. E a inteligência é curta, curtíssima. Já Milão, não. Milão é organizada. É eficiente. É tudo pra ontem. É tudo execelente. Mas é tudo estressante. (E é por isso também que eu estou em Firenze e não em Milão).

Firenze foi construída ao redor do Duomo, por isso é toda irregular. Foram cosntruindo as ruas de qualquer jeito. Nada é reto, nada é lógico, nada é minimamente ordenado. E como eu já tinha dito: ninguém tá nem aí. Roma é a mesma coisa.

Firenze não tem gelo. Não tem gelo pra comprar em lugar nenhum. Simplesmente isso não existe aqui. Nos restaurantes, às vezes, com sorte, te dão um pouquinho se você insistir. Nos bares, só para quando a bebida REALMENTE demanda. Nas casas dos italianos, raríssimo, raríssimo!!

Em Firenze, o pessoal trabalha de manhå, vai pra casa almoçar, descansa umas duas horas. Volta às 15h30, trabalha mais um pouquinho - e bate papo bastante - e depois vai pra casa descansar de novo. Sexta à tarde, muitos nem trabalham, já começam o findi venerdi-mezzo-giorno.

Em agosto tudo fecha porque eles vão de férias. Tem até hotel que fecha, juro!

E se alguém de Milão vai viver em Roma ou em Firenze, no começo é aquela tortura. E tem que se acostumar. Tem que reduzir a velocidade, tem que se conformar em diminuir a qualidade do trabalho - sim, porque o trabalho em Roma è "cosi". Bem assim. Bem mais ou menos. Sem grandes esforços ou grande preocupação em fazer a coisa bem feita. Nada. Pra quê? O que importa é fazer de um jeito que funcione meia-boca e ir logo pra casa ou pro restaurante ou pro bar (que fecham, alguns às 11h, alguns à miea-noite, no máximo às 2h.). Então é a velha e boa questão do "se acostumar" a mudar o ritmo entre Milão e Roma, São Paulo e Rio. Tóquio e Osaka... E em qualquer lugar do mundo.

E qualquer um para fazer essa mudança de ritmo precisa receber de Deus uma parcela a mais de paciência. Portanto as pessoas também são tutto la stessa cosa.

E eu nem sei por que escrevi tudo isso. Eu só queria dizer que Roma é o Rio e Milão é São Paulo. E Firenze, eu diria, é Recife. Com direito a Olinda ao redor da Santa Croce (isso quem disse foi meu irmão e achei que ele tem toda a razão. Eu nem tinha me dado conta, mas as ruas de paralelepípedos e cheirando a xixi só faltam ser ladeiras para transportar Firenze a Pernambuco).
.

Nenhum comentário: