domingo, 5 de julho de 2015

DEPOIS DAQUELA VIAGEM...

Depois de Aspen já teve tanta coisa...



sábado, 2 de fevereiro de 2013

SNOWMASS - DESCOBRI O QUE ELAS FAZIAM EM ASPEN


Passei a infância vendo minhas amigas da escola chegarem das férias de fim de ano queimados daquele sol da neve, com suas blusas de gola alta de Aspen e Vail... E só agora, aos 38, fui lá ver o que elas tanto fziam com suas famílias nesses lugares.

Pura magia. Uma das viagens mais lindas da minha vida.

Mesmo se você não esquia, se não gosta de frio, se "qualquer coisa que possa parecer empecilho", não pense: vá. Vale a pena. Vale a pena por um milhão de motivos. Principalmente se você for com uma turma de amigos, família ou coisa que o valha. É MUITO gostoso.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

INHOTIM, FINALMENTE.


O ano novo foi em TIradentes, mas a novidade mesmo foi Inhotim.

Finalmente, depois de anos de desejo, conheci. Foi tão gostoso que é difícil descrever. Mas descreverei, assim que der.

Alguém tem tempo pra vender? Ou um manual para que eu aprenda a organizar o meu? Ora, bolas.

domingo, 23 de dezembro de 2012

BODAS DE OURO NO CARIBE!

Éramos treze no navio. Toda a família. O Celebrity Equinoxx ficou pequeno pra nós. Fomos para o Caribe, festejando os 50 anos de casamento do Eduardo e da Daysi. Nos achávamos o máximo, até descobrir que a maioria dos casais a bordo comemorava 60, 70, daí pra cima. Senhorinhas e senhorzinhos americanos - essa turma que se aposenta e passa o resto da vida viajando de navio...

Foi BEM divertido!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

GAROTA, EU FUI PRA CALIFÓRNIA

De Abril a Maio. De São Paulo para San Francisco. De San Francisco, descemos de carro por algumas das estradas mais lindas que já vi. Viagem imperdível, daquelas que você tem que fazer antes de morrer. 17 Miles Drive e Big Sur. Carmel, Santa Bárbara, San Diego e Los Angeles. Em San Diego, La Jollia e Coronado merecem visitas.

MEU ROTEIRO de carro pela Big Sur

Voamos São Paulo - Atlanta - San Francisco. Aluguei carro antes de ir e já peguei no aeroporto, na chegada, mas me arrependi, afinal ficou a semana toda na garagem do hotel, já que em São Francisco não usamos o carro nenhum dia. Então teria valido mais a pena pegar só um dia antes de pegar a estrada. Ficamos no Tomo Hotel – Foi gostoso. Achei divertido ficar no bairro japonês e isso nos obrigou a andar e conhecer os caminhos da cidade. Mas, claro, se você quiser ficar no coração de tudo, não é aqui. Mas é pertinho, hein! Vale a pena pelos melhores preços.

Foram cinco dias em San Francisco e deu pra fazer bastante coisa, mas nenhum tempo é demais para essa cidade deliciosa. Se tiver mais tempo, fique. Não deixe de alugar uma bike (uma elétrica vai bem), cruze a ponte até Salsalito, ande pelo Fisherman's de ponta a ponta. Faça todo

Dicas de restaurantes em SF: "Frances" para jantar no Castro. "Slanted Door" para almoçar em um sábado ou domingo ensolarado no Fisherman's. Reserve!

De San Francisco para Carmel – saia cedo para aproveitar o caminho! Fizemos uma parada rápida em Monterey, depois seguimos pela 17 - Mile Drive (cuidado para o GPS não te desviar dela! Na dúvida, pergunte! Vá até o centro de turismo e peça um mapa que mostra direitinho como entrar nessa estrada cênica e imperdível de linda.) Fomos parando, pois o caminho estava florido e lindo demais, então demoramos quase o dia todo. Vale a pena! Chegamos a Carmel no fim da tarde. Passamos a noite no Colonial Terrace Inn - Carmel. Uma graça, mas afastado do centro (precisa pegar o carro para ir até lá)! Foi um fim de tarde e uma noite em Carmel, mas eu ficaria duas noites e um dia inteirinho.

Dica de restaurante em Carmel: Cantinetta Luca

De Carmel para Santa Bárbara pela estrada BIG SUR (Highway 1) – Como o caminho é deslumbrante num dia de sol, a viagem pode levar o dia inteiro. Como nosso dia estava maravilhoso e paramos para almoçar com calma, achei a viagem longa. Se tiver tempo, escolha outra cidadezinha para dormir no caminho. Achei Santa Bárbara meio sem graça. Dormimos lá uma noite, no Oceana Santa Barbara - hotel nada demais, apenas OK, localização ótima. Uma noite e uma manhã foram suficientes para passear de bike e conhecer a cidade.

De Santa Bárbara para San Diego - Ficamos no Hillcrest House Bed & Breakfast – San Diego. Super gostosinho. Não fica no centro, mas se você gosta de caminhar, é bem tranquilo ir andando.

San Diego é demais. Pelo menos quatro dias. Não deixe de ir almoçar e passar uma tarde em LA JOLLA. E também é legal ir conhecer o HOTEL CORONADO.

De San Diego para Los Angeles - Faça um bom roteiro para seus dias em LA, senão você perde um tempão pensando no que fazer. Precisa de carro para tudo. Imperdível para quem gosta de estúdios: tour pela Warner, com visita ao cenário do Central Perk - do FRIENDS. O parques da Universal e da Disney também são demais. Ficamos no Hilton Garden Inn Los Angeles/Hollywood - é meio à beira de uma highway, mas é colado em Hollywood, dá pra ir a pé.


Depois da Califórnia, uma passadinha em NY - com mais uma sessão de WICKED, além de SISTER ACT e MARY POPPINS.




domingo, 8 de janeiro de 2012

FERNANDO DE NORONHA NÃO É HORRÍVEL

Temos que contrariar a opinião de Dona Margarida: Fernando de Noronha é horrível! Mas, devo dizer: dei por visto; não pretendo voltar.

Caro demais, exorbitante, um desrespeito, até!

Achei uma festa estranha com gente esquisita. Falta carisma. E meu mergulho foi bem sem graça. Enfim, eu diria que vale a visita na vida. Mas só. Com o que se gasta lá, dá pra ir mergulhar no Caribe - que é muito mais lindo - e ainda sobra.

domingo, 1 de janeiro de 2012

NOSSO REVEILLON PERNAMBUCANO

Recife não é mais aquele: construíram um prédio na frente das nossas janelas, estragando a vista inacreditável que a gente tinha pro mar; fizeram um parque ao lado - de cimento; o mar subiu e não tem mais praia lá na frente do Jean Mermoz; há perigo de tubarões nos arredores. Mesmo assim, é a minha história e sempre vale estar lá. Sempre uma delícia. E vale guardar aqui algumas lembranças divertidas do nosso ano novo por lá, com Jus, Danis e companhia:

"Não seria tiiio?" - Alexandre, o pequeno grande, de Caruaru para a praia de BV

"Elas eram fracas de feição" - esqueci quem disse, mas era sobre umas irmãs feias...

"Eu acumulo os pulinhos pra São Longuinho e no fim do dia pulo 100" - Margarida

"Tú é linda!" - Dilma para Margarida




quarta-feira, 27 de julho de 2011

O LÍBANO É A MINHA ALMA

minha imagem favorita do meu lugar favorito: byblos
Em junho de 2011, tive alguns dos dias mais emocionantes da minha vida: 20 dias no Líbano.

Foi tão intenso que acabei não escrevendo nada aqui.

Mas anotei muitas coisas, tirei muitas fotos e senti TUDO.

Um dia, ainda venho registrar todas as emoções que vivi lá.

Foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida. É o país mais lindo do planeta. É a minha alma.

Lá, encontrei a ponte que me liga à vida, ao mundo e aos outros.

sábado, 18 de junho de 2011

EU NÃO SOU TURCA!


13 de junho de 2011: embarcamos rumo a Beirute, no Líbano, com escala em Istambul, na Turquia - minha amiga-irmã Carole e eu. Passamos um dia e meio em Istambul, conhecemos os pontos turísticos do centro. Deus me perdoe, inclusive a parcela muçulmana de Deus, se houver, mas não gostei, não. Tsc, tsc. Detestei. Principalmente o povo.

Minha mãe disse que eu não peguei o espírito da coisa. Pode ser. Mas não quero mais saber de otomanos e bizantinos. Talvez porque eu só tenha ficado no centro, não fui ver a parte "rica e linda" da cidade. Não sei. O que sei é que, depois de conhecer a Turquia, entendi porque os libaneses não são TURCOS! E nunca mais me chamem de turca. Eu não sou turca, sou libanesa! E uma coisa não tem absolutamente NADA que ver com a outra.

De qualquer forma, foi interessante pensar que eu estava em Constantinopla.

TRIPULAÇÃO CAMPEà
e A MARAVILHOSA BULLOCK

O avião da Turkish é incrível. A tela de cada poltrona é enorme. Mais de 50 opções de filmes, um monte de séries, clássicos, desenhos. Mil e oitocentos joguinhos. E o controle remoto vira telefone pra falar com os outros lugares. Assisti a THE BLIND SIDE, oscar da Sandra Bullock - que filme maravilhoso! Jogamos até tranca no avião, a viagem foi tranquilíssima. Pena que os tripulantes turcos eram as pessoas mais sem carisma do planeta. A loira tingida que nos atendeu ganhou o prêmio "miss mau-humor aéreo". Juro, nem UM sorriso durante treze horas de vôo.

TURCOS, ME DEIXEM EM PAZ!

In-su-por-tá-vel. Os homens turcos, generalizando, são insuportavelmente inconvenientes. Se eu voltar a Istambul, vou andar de burca. Porque sem, foi uma tortura. A cada passo, algum homem te chama, sussurra palavras turcas, tenta puxar conversa, insiste pra você entrar na loja ou comprar alguma coisa, anda do lado pra ver se você dá papo, fica olhando, diz good morning buon giorno buenos dias bom dia, assim tudo junto, pra ver se você responde. Me vieram até com um "vai lá em casa" - em português mesmo. Mui-to-cha-to. Acaba com o humor de qualquer uma. Ainda mais eu...



O ESCREVEDOR DE PRATOS e A MULHER MISTERIOSA

Gülnar (Iular) e Adem. Conheci primeiro ela. Estava na praça, nessa banquinha de pratos escritos em caligrafia, sozinha. Eu disse que queria um prato com meu nome. Com um inglês cheio de sotaque, mas bem falado, ela pediu pra eu voltar mais tarde, porque o marido escrevia melhor e já vinha. Fomos jantar, voltamos. E nunca mais eles nos deixavam ir embora... Foi a coisa mais estranha que aconteceu em Istambul, entre todas as estranhezas.  Gülnar e Adem eram, ao mesmo tempo, legais e esquizofrênicos. Cada um tem dois dentes na boca. Talvez três. Ela é muito simpática, mas se num minuto estava brincalhona e falante, de repente fechava a cara e parecia querer bater na gente. Além de turco, ela fala inglês, italiano, árabe, talvez francês... mas quando perguntei sobre a vida, de onde veio, como aprendeu essas línguas, disse apenas que aprendeu inglês na barriga da mãe, que casou com Adem sete anos atrás, e que sua história antes disso é muito triste pra contar. Não gosta. Só quis falar sobre o nome. Não nasceu Gülnar. Seu nome verdadeiro signifca "não precisamos de você". Não é muito estranho? E então ela resolveu mudar e adotou Gülnar, nome da namorada do ator que ela amava quando era jovem e "very crazy". Quando eu contei que ia pra Beirute, ela disse: pois então eu vejo Beirute através dos seus olhos. É inteligente, culta e educada. A imagem da mulher que a gente vê não combina com o que tem dentro. Como será que ela acabou vendendo pratos numa praça turca e quase sem nenhum dente na boca? Jamais saberemos. Ela até prometeu que me contaria tudo se eu voltasse no dia seguinte, eu disse "Mil e Uma Noites", e ela, culta mesmo, riu: I am Sherazade.

Adem só fala turco. Gülnar faz tradução simultânea. Eu disse que ele era um artista e ele respondeu que eu é que tinha olhos que sabiam enxergar a arte. Bastou esse elogio, pra ele nos mandar sentar e esperar um pouco. Mas esperar o quê?  "Wait, wait, please". Eram dez da noite e meus pratos já estavam prontos. Para encurtar a história, ficamos lá sentadas até a meia-noite, enquanto ele escrevia nos pratos de outras pessoas. E, então, ele fez mais dois pra mim. Nesse meio tempo, nos deu melancia,  foi buscar café pra nós, comprou nossas fichas pro bonde e ainda não queria me deixar pagar os pratos. Pirou. E não acabou. Porque foi aí que eles nos fizeram jurar que passávamos lá no dia seguinte antes de ir pro aeroporto. Juramos, né, fazer o quê? Pois no dia seguinte ganhamos mais pratos, e eu só pensava em como ia carregar tanta louça! E pegaram meu e-mail, meu telefone, tiraram foto, demos abraços, beijos. O Adem disse que vai pro Brasil e eu vou virar caligrafista para trabalhar com ele. Foi, mais ou menos, um pedido de casamento. Aff.


BRASILEIRA!
Não sabemos se pelas roupas, pelos cabelos, pelo andar... não sabemos, mas todos os turcos do Grand Bazaar sabiam que éramos brasileiras. A gente passava e eles gritavam "brasileira!". Claro, junto com isso vinha todo o resto da chatice machista e sem respeito do "vem cá, escuta aqui, olha aqui, só um minutinho da sua atenção"... Muito chatos. Muito chatos!! E caras de pau! Imagina começar o preço e alguma coisa em 170 e acabar em 40! Aconteceu. Juro. Mas confesso que, mesmo assim, dava vontade de comprar tudo! Como ia ser difícil carregar, acabamos não comprando quase nada. Um dó. - Atenção você que tem bom gosto e é rica: viaje para a Turquia com uma mala bem grande e vazia e vá para Istambul fazer compras no Grand Bazaar. Sua casa vai ficar divina, cheia de detalhes interessantes. Mas, por favor, vá de burca, para evitar os vinte mil chatos na sua orelha...

BOCA DE OURO

Fomos passear de barco pelo Bósforo. Esta mulher estava lá. Juro. Assim, com esses dentes dourados. Como se nada... Surreal.

Quase inacreditável. Só não quase porque eu vi com meus próprios olhos - e registrei pra sempre com minha própria câmera.




sábado, 4 de junho de 2011

EU VOU PRO LÍBANO!

.
imagina
a maior
emoção
que você pode
sentir na vida.

estou prestes
a sentir
a minha.
.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DISNEY: MINHA PRIMEIRA VEZ


Fomos pra Disney.
Todos os irmãos e meus cinco sobrinhos.
Uma semana inteirinha. Foi uma delícia!
E não deu tempo de fazer mais nada além de se divertir e comprar, comprar, comprar.

Don't stop believing! Pelo amor de Deus, tô com falta de ar! Tia Juli, às vezes fumaça pode ser só um churrasco. Pequeno? Esse o maior carro que eu já vi! We-are-family! I have all my sisters with me! A-hãn, Claudia, senta lá. A-hãn Claudio, vai sentá. Pai, vamos na loja de games? DS3, Wii, PlayStation3. Tia Juliiiii, não limparam nada!! Tia Juli, deixaram todo o lixo na porta de casa!! Eu vou com o meu pai! Help, Help, I wanna get out! Freepass! Duduuuuu!! Banheiro! Mario, vira aqui, vira aqui! Ai, pegou a guia! Val!! Dudu pequeno. Eu sonhei que tinha uma mulher peladona correndo atrás de mim e depois um homem peladão. Gente, a cortininha do chuveiro é PRA DENTRO! Cocô, xixi, pum. Hello, hello, if you found this radio, please be honest and return it! Duduuuuu!! Vou dormir com a tia Juli! Mamãe, cê me compra? Não, melhor não. Vovó, como tá a perna do vovô?! E o Alê? E a Gigi? Tá bom, então não passo mais de fase pra você. Duduuuu!!! Crianças pra trás! Ai, não sei se eu compro o I-touch. Auditions today!! Entupiu a privada. Desentupiu. Podemos ir no Target? Podemos ir no Wallmart? Hoje é dia do Outlet? Duduuuuu!! Preciso comprar outra mala. A-hãn, Claudinha, vai sentá lá!! Strangers waiting!!! Quem soltou pum????? Ahahahahahahahhahahahahahaha!! Ahahahahahahahahahaha! Ahahahahahahaha!

Definitivamente, foi MUITO gostoso!!
Duduuuuuuuu, esperaaaaaaaaa!!!!!

Ter família assim é uma benção.
Obrigada, Walt.
.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

VOLTO NA PRÓXIMA VIAGEM

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

DIAS BUENOS

Aqui em Buenos Aires confirmo todos los dias o que descobri em Firenze: viajar para uma cidade ou morar nela são duas coisas completamente diferentes. Por mais que eu tente fazer turismo aqui, não consigo. Não sou turista em Buenos Aires, mesmo querendo, mesmo tentando. Mesmo quase tendo perdido meu castellano fluente.

Não sou turista porque, ainda que eu não viva aqui sempre, tenho uma casa, uma vida com rotina de levar criança na escola e pôr pra dormir, fazer almoço, jantar, supermercado... então moro. E aí, quem consegue ter os olhos que eu tive para Londres, Viena ou Praga? Quem é que sai de casa e vai passear o dia inteiro pelas calles portenhas? Quem consegue ir visitar o túmulo ou o museu da Evita, a feirinha de San Telmo (meu lugar favorito), o estádio do Boca Juniors, o zooloógico, o Caminito, o Puerto Madero ou a casa do Gardel? Quem consegue? Eu não...

Em compensação, há dias de sol, festinhas de aniversário, pique-niques com a Sofia e longas conversas malucas com histórias inventadas madrugada adentro. E isso é tão bom quanto fazer turismo em Buenos Aires. É até melhor, eu acho.

PS. Para constar: esta cidade está mais cara do que nunca!

domingo, 19 de outubro de 2008

DEZ HORAS DE SEPARAÇÃO

Voar de São Paulo a Buenos Aires não costuma ser uma tarefa difícil, complicada ou demorada. Mas desta vez fui sorteada.

Da minha chegada para o check-in no aeroporto de Guarulhos, em SP, às 8h30 do primeiro domingo com horário de verão, até eu ganhar o abraço delicioso da Sofia às 18h30 no Ezeiza, em Buenos Aires, foram dez horas de tédio, sono, fome e exercício de paciência com o chá de poltrona que a TAM deu nos passageiros do vôo 8010. E ouvi comentários não muito animadores enquanto esperávamos. Embora a tripulação tenha sido muito gentil e prestativa, parece que não vai ser surpresa se a companhia estiver andando mal. Espero que não, já que tenho "orgulho de ser brasileira".

Foi uma soma de atrasos sabe-se-lá-por-quê e problemas no computador da caixa preta: quase duas horas esperando para embarcar, depois mais duas dentro do avião, e mais uma e pouco até sairmos de uma aeronave e nos re-acomodarmos em outra. Para, enfim, decolar. Nada disso importava quando eu sabia que estava indo ver minha irmã e minha sobrinha - com esse sorriso que me arrasa -, mas pode importar para os "anais jornalísticos"... rs. Registremos, então, duas observações, já que aqui se deve escrever.

Pois, veja, em cinco meses lá no outro contninente, não aconteceu nada parecido. Salvo um atraso de duas horas na chegada do trem que me levaria de Budapeste a Praga, todas as outras viagens, por terra ou por ar, foram bem pontuais. Até na Itália caótica. Então por que a gente não consegue?

Por outro lado, como é gostoso ser brasileiro. Mesmo com todo esse transtorno, estávamos lá (quase) todos os passageiros de bom-humor, falando alto, rindo, descobrindo as histórias uns dos outros, correndo atrás do cachorro-rato que viajava com a gente dentro do avião, e tentando achar saídas divertidas para os coitados que iam perder a conexão para outros lugares.

Portanto dez horas não são nada perto do tempo e do espaço que nos separam das gentes dos outros continentes. Somos muito mais legais.

COCÔ XIXI PUM
Enfim, desembarco no Ezeiza meio zumbi e não vejo ninguém. Mas como? Minha irmã e a Sofia disseram que estavam aqui! Dou uma voltinha ao redor de mim mesma, ansiosa, mas antes de eu ter tempo de pensar no que fazer, sou agarrada de amor! Um micro-ser de cabelos cacheados e uma flor bem no alto da cabeça me abraça por trás com força e com o maior sorriso da argentina, e me diz assim: Tchia Chuuuuli, disculpa qui a chênti não táfa aqui quanto cê saiu, é que éu fui no bánhêlu facê cocôôôô!!!!!!!!

Buenos aires nos esperam.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

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daqui para baixo:
EUROPA
(abril a setembro de 2008)

depois, mais pra baixo
CIDADES MINEIRAS (janeiro de 2008)
TURNÊ COM A GOTA D'ÁGUA PELO BRASIL (set a nov de 2007)

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

È FINITO.


Acordei com os cachorros latindo, tive que pegar o carro para ir até a padaria e descobri que o sonho acabou. Tem pão-de-queijo, tem brigadeiro, tem guaraná, tem leite-moça, mas o sonho... acabou. È finito. Estou no Brasil. De volta. Cinco meses depois, sono tornata a casa.

Já parece que eu nunca saí daqui.

Mas eu sei que saí, sei onde fui, sei o que vi, sei o que senti, sei como voltei, e por quê
. Si, io lo so. Lo so. Case, libri, auto, viaggi, fogli di giornale... Che anche se non valgo niente perlomeno a te, ti permetto di sognare. E se hai voglia, di lasciarti camminare. Scusa, sai, non ti vorrei mai disturbare...

...até a próxima viagem.
Presto. Prestíssimo.
Magari!
.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

NON ME LO SO SPIEGARE


Scusa, sai, non ti vorrei mai disturbare

Ma vuoi dirmi come questo può finire?
Non me lo so spiegare
Io non me lo so spiegare


Tiziano Ferro e Laura Pausini
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

VI PARIS AMANHECER DA JANELA DO AVIÃO

Foi assim minha última manhã na Europa, vendo Paris amanhecer pela janela do avião - parado. A viagem foi longuíssima: trem, avião, avião, avião. Mas foi boa. Tive bastante tempo pra pensar em tudo. Em cada dia, cada cidade, cada país, cada pessoa que conheci, cada momento especial dessa viagem indimenticable. Totalmente inesquecível. Se um dia eu sonhei com tudo isso, a realidade foi muito, muito melhor.


ANDIAMO

16h57 (24.09) - Peguei o trem de Firenze para Pisa. Uma hora e pouco de viagem. A Shinobu - melhor amiga que alguém pode ter - foi comigo, pra me fazer companhia e me ajudar com as malas. Ela viajou de trem comigo de Firenze até Pisa, e depois voltou sozinha, só pra me ajudar. E ainda foi assaltada na saída do trem. Uma cigana desgraçada, com um bebê no colo, abriu o zíper da mochila dela e pegou a carteira. Foi uma situação estranha, mas só nos demos conta do que tinha acontecido quando a Shinobu sentiu falta da carteira. Tadinha.


E então eu cancelei o cartão de crédito dela pelo telefone em espanhol, passando informações como nome do banco e endereço soletrando japonês, enquanto tentava fazer meu check-in em italiano. O samba do criolo doido. Juro. Quando a mocinha do check-in quis me cobrar, em italiano, um excesso de peso estratosférico - enquanto eu ainda falava ao telefone em espanhol e soletrava em japonês -, comecei a chorar desesperadamente (em português). Metade era nervoso por causa da Shinobu roubada e do valor do excesso de peso, metade era teatro pra tentar não pagar nada. No fim, consegui cancelar o cartão e encontrei dois santos e gentis italianos que despacharam as malas comigo para aliviar meu excesso. Eles eram gays por isso eram gentis. Porque italiano homem é de uma grosseria só.

21h00 - Embarquei em Pisa.
22h30 - Cheguei a Paris, no Orly. Deserto. A não ser as pessoas do meu vôo, que foram se dispersando num piscar de olhos, nada, ninguém. Aeroporto fantasma. Mas, tá, eu pensei, esse é o aeroporto pequeno. Lá no Charles de Gaule vai ter mais movimento, um restaurante, um café, algumas coisas abertas. Sim, porque eu ia esperar lá até as 4h pra fazer meu check-in. Taxi, motorista chinês que fazia questão de falar francês comigo. Que saco. Caminhos de Paris fechados. C'est fermè! C'est toute fermè! Tá, eu já entendi. Ele queria dizer que ia sair mais caro porque teria de fazer o caminho mais longo. Já entendi, china! Pára de gritar. Parou.


Meia-noite - Desço do taxi no Charles de Gaule e tenho a certeza de que a gente no Brasil é louca. Ou eles é que são muito estranhos. Porque estava TUDO fechado. À meia-noite não tinha uma alma no maior aeroporto de Paris, nem um pícolo café aberto. Nada. Fiquei chocada. Tinha um ragazzo com a mala sob os pés tirando um cochilo numa cadeira e só. E eu.

4h (25.09) - Começou a chegar gente. Um monte de brasieliros. Tinha um bigode que não parava de perguntar coisa pra todos que apareciam na frente. E ele falava português, assim, naturalmente, e achava mesmo que os franceses estavam entendendo... E quando eles faziam cara de "o quê", ele repetia a pergunta falando beeeem devagar. Ah, agora sim.

Bom, fiz o meu check-in para Lisboa, quase tive que tirar a roupa na PF porque eu não parava de apitar, e precisei guardar o meu vidro de esmalte do tamanho de um dedal lacrado num plástico super-ultra-protetor. Ridiculô. Comprei minha última Evian e embarquei, às 6h30. O avião deveria sair às 6h50. Mas atrasou uma hora e meia. Foi por isso que vi Paris amanhecer da janela do avião parado. A espera foi o tempo exato para cidade luz clarear. Junto com os meus pensamentos de partida. E enquanto decolávamos e Paris amanhecida ganhava o sol, eu agradecia, mais uma vez, por tudo.


9h00 - Depois de sobrevoar o Tejo, pousamos em Lisboa. No horário da Itália seriam 10h e eu teria perdido a conexão. Mas como Portugal é uma hora mais cedo, deu tempo. Rs. No aeroporto de Lisboa, muitos, mas muitos, mas muitos brasileiros. Quase no mesmo horário saía o meu vôo pra São Paulo, mais um pro Rio e outro pra Recife. E a brasileirada estava toda perdida porque todos os vôos que vinham para essas conexões estavam atrasados e então chegou todo mundo junto em cima da hora. Mas como brasileiro é desesperado, e como fala alto, e como exagera na pressa e no drama... Mas, ai, que bom me sentir em casa!

9h30 - Embarquei junto com os outros retardatários e decolamos em seguida para longas 10 horas de viagem. Comi tudo que me ofereceram. Vi todos os filmes. Li todas as revistas. E foi em uma dessas revistas que li um texto cujo título é a frase inspiradora da volta pra casa.


"OS NOMES DAS COISAS"

Pois qual é o nome dessa coisa que a gente sente nesses momentos de sensações misturadas? De partidas querendo ir e ficar ao mesmo tempo. E depois de tanta beleza, tanta emoção, tanta intensidade em todos os dias, durante meses. Qual é o nome dessa coisa? Eu não sei. Não sei o nome em português, nem em italiano, nem em esperanto. Não sei o nome dessa coisa. Mas é qualquer coisa bem parecida com felicidade, misturada com nostalgia, com um pouco de ansiedade e uma pitada de expectativa. Mas tem também uma alegria, uma satisfação. E algum pequeno lamento por qualquer desencontro. Poderíamos chamar, então, essa coisa, de um nome que ainda não existe: feliztalgiadadeativasalento. Mas isso tiraria toda a beleza do sentimento sem nome. Dessa coisa que eu sinto. Portanto, nem todas as coisas tem nome. E eu volto assim, com essa COISA no peito...


IN BOCCA AL LUPO
Foi na mesma revista que achei uma crônica do Lobo Antunes, um escritor português incrível a quem fui apresentada no ano passado. A coisa se chama "Eu, em agosto". Imagina para onde me levou, para eu em agosto. Mas agora quem me leva é o avião. E pra casa. Das coisas que deixo, espero me lembrar sempre. Já de mim nas coisas, nos lugares, e com as pessoas, talvez esqueça. Ou porque me esqueci lá. Ou porque seja outra, então. Se calhar já sou. Se calhar já era.

"(...) Parece que voltei à minha infância. Não me lembro se era feliz nessa época. Se calhar era. Esqueci. Quer dizer não esqueci as casas nem as travessas: esqueci-me a mim, ou era outro então."

PS: In bocca al lupo significa BOA SORTE.
.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PORQUE EU TÔ VOLTANDO...

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente.
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber
Que o pra sempre, sempre acaba
...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir nem tentar agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

Cassia Eller

terça-feira, 23 de setembro de 2008

ANTIPASTO PRIMO SECONDO DOLCI

Antes de ir embora, eu PRECISO, è bisogno, falar do assunto principal na Itália: comida!

Veramente não falei até agora sobre as pizzas, os prosciuttos, as mozzarelas, as bruschettas, os nhoques, os raviolis, os pennes, os spaghettis e os polpettones porque, surpreendentemente, pra mim a comida na Itália não teve essa importância toda. Meu paladar não ama massa e eu quase só comi salada todos os dias. Podem me matar, amantes da culinária italiana – e Toscana! -, mas é vero: o que eu mais comi na Itália foi salada (além de um risotto de gorgonzola com radicchio e noci, de matar!).

Fui realmente uma exceção, um acidente – accidenti! - porque realmente na Itália só se fala em comida e si mangia troppo! Portanto o assunto merece umas linhas antes de irmos comer salada no Brasil.

TUTTO INSIEME NOOOO!
A refeição na Itália tem todo um esquema. É muito diferente do nosso jeito brasileiro de comer, e a forma é muito, mas muito respeitada pelos italianos: antipasti, primi piati, secondi piati, dolci. É assim. Tudo separado. Não existe um prato de arroz, feijão, bife e batata. Ou macarrão com frango. Ou risotto com torta (alias, torta aqui NUNCA vi!) Não existe colocar as coisas juntas no prato. Não. Non c’è. Jamais. Sogetto inezistente! Tutto insieme no! É separado, uma coisa de cada vez. E o certo é pedir todos os quarto pratos, e ir até trocando de vinho se for o caso. Até a sobremesa tem seu vinho específico, o vinsanto. Má nàggia!

Então é assim: primeiro o antipasto - uns frios, uns queijos, uma mozzarella, crostinis com cogumelos, pomodori e fromaggio, pate de fígado (éca!) e beringela (èèèècaaaa!!). E pão, sempre. Pão sem sal.

Depois vem o primeiro prato, normalmente um risotto ou uma massa bem cheia de molho, bem temperada, bem encorpada. E no prato vem só o rizzo ou só a massa. Sem mais nada. Magari vocé usa o paozinho pra chuchar no molho. Mas nada de acompanhamentos.

E então vem o segundo prato, a carne. Tem carne de porco, tem bisteca fiorentina, frango, peixe, coelho… Ou pode ser também um outro prato de massa! Sem constrangimento. O feio é não pedir.

E, depois de tudo isso, a sobremesa: dolce, gelato, biscotto com vinsanto… Frutta? Non c’è. Muito raro. É sempre tiramisu, cheesecake, torta della nonna, torta de chocolate ou de maçã, gelato, tartufo, essas coisas leves.

E depois de tudo isso você vai rolando pra casa. Rolando literalmente, caindo no chão, porque a comilança toda é acompanhada MESMO de vinho, então já viu como se termina o jantar (e o almoço também!).

E, olha, é incrível, mas a maioria das pessoas come de fato todos os pratos. Não é lenda. Não é. Os cardápios dos restaurantes são assim mesmo: antipasti, primi, secondi, dolci… E prepare-se para as caras feias se você sair da regra. Eles não te obrigam a pedir do jeito certo, mas te olham como se você fosse uma aberração, que não sabe comer direito.

E tem o café. Um dedinho mindinho de xícara. Não pense que veio errado. É assim o spresso italiano – segundo eles o melhor do mundo, incomparável, único.

Ah, e tem o Limoncelo! Madonna! Não se pode esquecer do Limoncelo depois ainda de todos os depois – que é pra dar aquela assentada final. (os japas também tomam grappa!)


CENA A CASA

Não é teatro, é jantar. E não, não é só no restaurante a comilança separadinha. Juro que pensei que fosse (juro, Aline). Mas fui convidada para jantar na casa de um italiano - e de um brasileiro que já italianou - e vi que é assim mesmo também nas casas italianas… Primo, secondo… tudo separadinho, um por vez.

E italiano não tem cozinheira, então é uma delícia porque o jantar já começa com todo mundo na cozinha desde a hora que chega, enquanto o dono da casa vai preparando o cibo.

No jantar que o Fábio e o Aluizio fizeram pra mim, teve penne con zucchini e gamberi di primo, e porpettone recheado com espinafre di secondo. Tudo delicioso. E não, não podia comer junto. Na Itália é assim.

E, olha, a gente se acostuma. É bonito. E passa a fazer muito sentido essa coisa de não misturar os sabores e os setores. Dai!


PANNE E TULIPANNE

E quem pensa que foi a mamma que ensinou a passar o pão italiano no pratinho de azeite e sal enquanto a comida não vem, faça penitência. Para os italianos clássicos isso é o fim da picada. Coisa de americano que não sabe comer. Um sacrilégio porque atrapalha seu paladar para o que vem, separadinho, na seqüência.

E para os italianos também não existe pedir ou abrir um vinho assim só pra beber, como a gente faz. Pra beber vinho PRECISA ter uma comidinha pra acompanhar.


DE COMIDAS E VIAGENS

E então, depois de tudo isso, me dou conta de que a minha viagem foi como uma refeição italiana.

O antipasto fiz em maio, com a Daysi, passando rapidinho em mais de 20 cidades no mês – com direito a porções maiores das entradinhas preferidas, digo, dias a mais nos lugares mais legais.

O primo piato, eu sozinha por aí, degustando com calma e prazer lugares lindos, inacreditáveis, saborosíssimos e cheios de identidade – como as massas toscanas.

O secondo piato foi Firenze, estudando italiano, a proteína, a consistência, o pé no chão em algum lugar.

E, por fim, o dolce, o tempo a mais que me permiti, entre aulas e gelatos.

Enfim, agora pedi o café (italianíssimo, corto!) e já estou pagando a conta para ir embora. Triste. Não de tanto comer. Mas de tanto viver. Digo, feliz. É um sentimento doppio de alguma maneira. Mas, claro que vou embora feliz, como me senti depois de toda refeição italiana (ainda que salada!).
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

OI BONITTONNA!

Dependendo do ângulo por onde você olha, o centro de Firenze é a 25 de março. Só tem brasileiro. Comprando e vendendo. É inacreditável. Se me contassem eu não acreditaria que é como é. Se contar ninguém acredita. Mesmo assim estou contando. Porque isso eu também PRECISO registrar. E basta. Às vezes é chato, de tanto brasileiro.

Bobeou, o Ciao Bella vira “Oi Bonittonna”!
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AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Drummond, dopo di mesi soltanto con me stessa


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O TEMPO

Foi como num passe de mágica. De um dia para o outro. Sábado começa o outono, disseram. E começou MESMO. Depois de dois meses de absoluto calor e sol, sol, sol, todo dia, todo dia, todo dia, há uma semana faz frio e, dia-sim-dia-não, chove em Firenze. Foi assim, juro. De um dia para o outro a temperatura caiu 10 graus e a cidade mudou. Começou o outono.

Para mim é chato. Porque para mim Firenze é cidade de sol e calor. Eu conheci esse lugar assim e fui feliz todo dia aqui assim. Apesar do calor in-su-por-tá-vel. Era feliz demais acordar todos os dias com aquele sol, aquele céu azul, e fazer tanta coisa naqueles dias longos que só escureciam depois das dez da noite, e ver aquele pôr-do-sol lindíssimo todo fim de tarde na Ponte Vecchio. Todo dia. Como era feliz sair sem casaco na cintura, sem guarda-chuva, sem preocupação e com o coração quente. E estudar na praça, e tomar sol de bici, e almoçar, jantar, viver ao ar livre... Como era feliz!

Certamente a mudança do tempo me faz ter uma estranha, mas tranqüila, sensação de que este é o tempo certo. O meu tempo certo de ir embora. O tempo certo para o fim do último tempo desta viagem - que já teve uma bela de uma prorrogação. É tempo de voltar pra casa.

CALÇADAS QUEBRADAS
Acho que o céu era sempre tão azul e o sol era sempre tão brilhante e quente, que eu não olhava muito para baixo. Mas estes dias tenho olhado, já que, com chuva, ando menos de bici e mais de sapato (alto). E estou desesperada com as calçadas de Firenze. São insuportavelmente apertadas, quebradas, sujas e "inandáveis".

É verdade que eu já tinha tropeçado algumas vezes e quase caído mais de mil, mas nunca tinha, de fato, me incomodado ou parado pra achar ruim. Porém agora, além de tudo, os buracos nas calçadas ficam cheios de água da chuva e você vive metendo o pé em poça d'água porque não dá pra desviar de todas. Fora que tudo aqui vive em obra e as obras comem as calçadas.

CLIMA PODEROSO
Mas não importa. A calçada era um adendo para registrar o poder do tempo. Do tempo que passa, do tempo que muda e do tempo que determina humores e comportamentos.

A gente que não tem isso no Brasil, às vezes não imagina a diferença brutal entre tudo e todos numa cidade que tem verão quentíssimo, outuno chuvoso, inverno freddo freddo e depois a primevara cheia de esperança... Firenze é assim. Acaba o verão e as pessoas começam a ficar tristes.

(Dizem que não é SEMPRE brusca desse jeito a mudança do tempo, mas este ano foi e foi isso que eu vi.)

Se chove, chove dentro e fora.
E aqui, agora, chove.
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domingo, 14 de setembro de 2008

SORELLE FRATELLI FAMIGLIA

No fim de semana em que meu irmão querido veio me visitar, minha irmã japonesa, a Shinobu, teve pela primeira vez um irmão mais velho, as sorelle Fernanda e Stephanie passaram um dia inteiro com a gente falando sobre família, e conhecemos quatro irmãs americanas muito interessantes, com uma história diferente de tudo que eu já tinha ouvido nos meus 34 anos de vida. Tudo isso ilustra uma certeza deliciosa: ter irmãos próximos e amigos não tem preço.


TÔ TRANQUILO

Essa é a frase que mais sai da boca do Dudu, meu irmão. É a resposta dele para tudo. E não tem uma pessoa que não sorria quando ele diz "eu tô tranqüilo". E também não tem ninguém que não responda "ah, então eu também tô tranqüilo". E então é uma epidemia de gente tranqüila que faz com que toda a rua fique tranqüila, e todo o quarteirão fica tranqüilo, e a cidade inteira fica tranqüila, e toda a região, e até o país fica tranqüilo. Então não tem tempo ruim, não tem programa chato, não tem preocupação possível, não tem tensão, não tem nada de desagradável ou inconveniente. Ficamos todos tranqüilíssimos e os dias passam felizes e leves.

E depois que o Dudu vai embora, o "tô tranqüilo" dele permanece, na boca de todo mundo que conviveu com ele, e se propaga... pela classe, pela escola, pelo restaurante, pelas casas das pessoas. E, enfim, surpreendentemente no meio do caos fiorentino e italiano, tá todo mundo tranqüilo. E feliz.

Grazie.

ÔNIDJÔ
A Shinobu fez questão de conhecer o meu irmão. E, mesmo antes de ele chegar, já o chamava de ônidjô - irmão mais velho em japonês. Porque ela é minha onidjá, irmà mais velha. E eu sou imôto dos dois - irmã mais nova. Mas, enfim, Shinobu foi encontrar a gente à tarde e não nos largou mais até de madrugada. Ela estava feliz como eu jamais havia visto e não parava de repetir ônidjô, ônidjô, entre dentes que sorriam um sorriso gentil e grato. Mil vezes grato. Grazie, grazie, grazie, ela dizia incansavelmente a cada gentileza que o Dudu fazia. A cada taça de vinho servida, a cada comida ordinada, a cada sugestão, a cada palavra, a cada cuidado. Foi realmente bonita a feliciade dela - além de loucamente engraçado, porque ela é MUITO engraçada.

Mas a melhor parte veio na segunda-feira, depois que o nosso irmão já tinha ido embora. No intervalo da aula, a Shinobu veio sorrindo e me deu um abraço muito forte (japoneses não costumam abraçar, muito menos forte) e disse que tinha tido uma experiência muito muito especial. Disse que queria me agradece demais - e ao Dudu - porque ela nunca tinha sentido isso que a gente sente quando tem um irmão mais velho, alguém que se preocupa com a gente dessa maneira, que cuida, que acompanha. E, quase entre lágrimas, tentando se explicar em italiano, mexendo as mãozinhas japonesas, ela disse: porque sempre sou eu a ônedjá. Aqui em Firenze, principalmente, sou sempre eu a irmã mais velha. Sempre eu me preocupo com os outros, sempre eu cuido, sempre eu acompanho. Então me senti muito, muito feliz e especial quando seu ônidjô foi meu ônidjô também. Ela disse bem assim, emocionada: jamais vou me esquecer dele carregando a minha mochila!! Nunca ninguém faz isso pra mim. E finalizou: tô t-lãnquila.


OS QUINZE IRMÃOS
Sarah, Alisa, Nina e Maria. 16, 18, 25 e 20 anos. Irmãs. Americanas. Lindas. Meio loucas. Filhas da mesma mãe (louca também, segundo elas). Nina tem um pai diferente. Além das quatro, mais onze irmãos. Na verdade são dez da mesma mãe com cinco ou seis pais diferentes (as meninas não têm certeza), e mais cinco filhos que o pai das últimas três já tinha. Então a mãe tinha sete, o pai tinha cinco e os dois juntos tiveram mais três: exatamente elas, Sarah, Alisa e Maria. Agora são catorze porque um dos irmãos morreu (não sei em que circunstâncias, mas ainda vou perguntar porque não me agüento de curiosidade - profissional, sempre).

O irmão mais velho tem 35 anos e se chama Josh. A mais nova é a Sarah, de 16. A mãe é hippie e agora mora em Dallas, no Texas, com o pai das três. Elas viveram um tempo com eles, mas se encheram e mudaram pra New York. Foram morar com alguns dos outros irmãos. Nina morava lá também, em NY, mas nunca gostou e resolveu se mandar pra sempre e ficar na Europa. Chegou há alguns meses. E não deu notícias de onde estava. Mas Maria, Alisa e Sarah procuraram a irmã até achar e, assim que acharam, vieram visitar e passar um mês com ela. Chegaram no começo de setembro. Estão hospedadas no quarto da Nina - que é simplesmente um quarto comum, num apartamento comum de Firenze, cioè, pequeno.

Nina começou a dar aulas de inglês, mas não sabe como vai fazer pra ficar morando na Europa. Pensou em se casar com um amigo gay londrino, assim ela teria cidadania inglesa e ele teria o green card, mas acho que ela já está desistindo da idéia porque a coisa não é assim tão simples. Mas para os Estados Unidos ela, definitivamente, não quer voltar. A Nina não curte muito a mãe. Não estou segura mas alguém disse que ela não conheceu o pai e que a tal mãe hippie e maluca foi embora quando ela ainda era bem pequena. Quando a gente pergunta se ela se parece com a mãe, ela faz cara de "não tenho a menor idéia" e olha para as irmãs com uma interrogação na testa. As meninas dizem yessssss, sorrindo.

As quatro sorriem o tempo inteiro, sem disfarçar a alegria de estarem juntas. Durante o dia, enquanto a Nina vai para a escola de italiano e depois dá aulas de inglês, as três ficam no apartamento... Não fazem nada o dia inteiro. Não passeiam, não se importam. Só vieram mesmo para estar com a irmã mais velha - então quando ela não está, esperam. À noite bebem, bebem, bebem e tiram quinhentas fotos fazendo careta. Estão sempre grudadas, se abraçando, se enroscando, se pegando, muito, muito juntas. Elas são meio caladas, meio misteriosas, muito simpáticas. Parecem as Virgens Suicidas e têm o "ar" da Julianne Moore em As Horas - se bem que elas sorriem e a Julianne não. Difícil achar boas comparações. São four of a kind.

Maria namora um brasileiro de Floripa que mora em NY. Alisa quase não fala, só faz pose pras fotos. Sarah é a mais bonita das quatro, não dá pra acreditar que tem 16 anos, e tem um sorriso de arrasar o quarteirão. Nina tem os olhos mais lindos.

Além de todos os irmãos, elas já têm um monte de sobrinhos. Acho que 11, ou 13, ou 17!! Me prometeram que antes de 2010 me mandam uma foto de todos juntos. A Nina me prometeu também que vai me dar o telefone da mãe, pra eu fazer uma entrevista. Mas disse pra eu me preparar porque ela vai falar duas horas sem parar e pode ser que eu não suporte ouvir. A Nina é cítrica, embora doce. E certamente eu vou adorar ouvir a mãe dela falar.

No final eu as convidei para irem ao Brasil e disse que minha casa está aberta para hospedá-las - elas, os irmãos e os sobrinhos. Disse que meu pai iria adorar recebê-las (hm?). Elas se animaram e disseram que assim que tiverem dinheiro vão. Se aparecerem, juro, vou fazer uma festona: the brothers and sister's party. Já prepare os seus.

E quanto mais irmãos, melhor. Afinal, são eles (ou nós) que estarão lá, no fim de tudo, lembrando e contando as histórias da sua vida, da sua família, dos seus pais, de todos os dias da sua vida.

SORRY
Se você é filho único, não fique triste. Pelo menos ninguém pega as suas coisas, nem quebra os seus brinquedos, nem divide seus pais, nem te bate, nem te enche, nem te controla, nem te deda, nem te... Ah, tá bom, pode ficar triste. Scusa, mas ter irmãos é o máximo!

Grazie.
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sábado, 13 de setembro de 2008

MIO AMATO MOTORINO

Uma das coisas de que mais vou sentir falta quando não estiver mais na Itália, e em Firenze, são os motorinos e suas donas. O desfile, o show, o espetáculo, os sons, a festa dos motorinos e suas "pilotas" pelas ruelas da cidade! É muito divertido. E eu amo essas motocas que preenchem Firenze de alegria!!

Eu optei pela bici porque ia ficar aqui pouco tempo, mas vou por aí todos os dias NAMORANDO COMO PAZZA os motorinos... todos os oitocentos e vinte sete tipos de vespa que a gente vê estacionadas em todos os lugares ou voando nas mãos de meninas, mulheres e senhorinhas italianas de todos os tipos, cores, credos e bolsos. As amigas se encontram, se despedem, andam em bando, em duplas, em trios, sempre em seus motorinos. Se eu morasse aqui - mas isso é certo! - eu teria uma vespinha!

A coisa é incrível: a chance de você ver duas motinhos iguais é tão tão tão pequena que em três meses eu nunca vi. Juro. Eu não vi dois motorinos iguais. Às vezes são bem parecidos, mas não são iguais. Fora que as mulheres sempre dão uma decoradinha, um toque pessoal. Tem mais velho, mais novo, caindo as pedaços, bem cuidado, azul, branco, rosa, roxo, com ou sem adesivos, fitas, enfeites, com muitas ou poucas histórias, mas cada mulher tem o SEU motorino - e o seu capacete -, todo particular. E todo interessante.


É tão incrível, que não me custa muito andar por mais de uma hora só olhando os detalhes das vespinhas estacionadas. É diversão na certa. Mais ainda quando as donas das motocas chegam e se preparam para partir... se sentam, telefonam, colocam seus capacetes, e se ajeitam com bolsas, sacolas, saias, sapatos e celulares. Ou então quando chegam, e tiram o capacete, desamassam o cabelo, arrumam a roupa, se olham no espelhinho, retocam a maquiagem, ligam para alguém enquanto giram a chave para fechar o cadeado. Tudo ao mesmo tempo. Mulher de motorino é mais multi-funcional do que nunca! (minha amiga Elisa tem uma técnica incrível de prender o celular no capacete para ir fofocando enquanto pilota, olha na foto! Parece o Pontcherello do Chips).

Mas é ainda mais interessante do que só o visual. O fato de dirigir uma motinho pra lá e pra cá dá a todas essas mulheres e meninas uma força italiana, uma autonomia que só vejo nas mulheres que andam de motorino. Uma classe diferente, um charme misterioso.

Até a minha professora de italiano anda de motoca. Eu nunca vi. Mas é uma festa imaginar essa mulher baixote de 50 anos pilotando a sua vespinha.

E são tantas e tantas pelas ruas. De todos os tamanhos e todas as idades. As mais inusitadas. Em todos os lugares. Mulher aqui só anda de motorino! E se você acha que não é legal, problema seu, porque ELAS NÃO ESTÃO NEM AÍ!
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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

SUGÓI IÔSHÍ!

Eles chegam de mansinho e pimba!, te dão um presentinho. E é sempre tão significativo ganhar um presentinho japonês que eu me emociono todas as vezes. Porque não é que eles sejam como a gente, que sai abraçando e beijando, ou que façam uma festa pra te dar alguma coisa em alguma data especial. Não. Mas quando têm um carinho especial por você, eles simplesmente vêm quietinhos do seu lado, sorriem, não dizem nada, e te dão uma coisinha, segurando assim com as duas mãos e oferecendo o presente na sua direção. É quase uma cena de filme publicitário em câmera lenta. É como se eles segurassem nas mãos toda a porcelana do mundo. É delicado e silencioso. E você, também em câmera lenta, recebe aquilo - também com as duas mãos - com uma leveza repentina que às vezes você nem sabia que pudesse ter. E o presentinho japonês pousa nas suas mãos abertas como uma relíquia, como um cristal, como um coração batendo.


Esta semana ganhei duas coisinhas de comer. E que me foram dadas exatamente como todos os outros presentinhos japoneses. Há sempre a delicadeza, o silêncio, o sorriso e as duas mãos estendidas, de coração para coração. Um amor oriental. Na terça, Mina me deu um pacotinho de biscoitos de arroz com shoyu. Na quinta, Yuya me sorriu com um saquinho de salgadinhos inacreditavelmente interessantes (ou interessantinhos). Seria comum, não fosse japonês, não fosse dado como é, com todo o ritual nô, em uma sala de aula italiana, entre croatas, colombianos, venezuelanos, coreanos, brasileiros, israelenses e turcos. No meio do caos italiano, os presentinhos japoneses silenciosos parecem um sopro de Deus sobre os meus pensamentos cansados de tanta gritaria, tanta grosseria, e tanta comida pesada!

E se você nunca comeu nenhuma dessas duas "porcelanas" japonesas, vá até a liberdade e compre pra experimentar. Deve ter. O biscoitinho de arroz e shoyu (na foto lá em cima) se chama qualquer coisa como OSÊNBÊI. O salgadinho vem nesse saquinho aí, não sei o nome, mas é um mix de 11 tipos. Vale a pena. E é mais saboroso ainda se for dado por um amigo japonês, em silêncio e entre os olhinhos que sorriem tranquilos e verdadeiros.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

È TUTTO LA STESSA COSA

Sim, é tudo a mesma coisa. Muda a cultura, mudam alguns costumes, muda o nível de calor ou frio do tempo e principalmente das pessoas, mas é tudo a mesma coisa. Todas as cidades, em todos os países... uguale. Aqui eles tém uma expressão para isso: "tutto il mondo è paese".

Na Itália, por exemplo, Roma é o Rio de Janeiro ou as cidades grandes do nordeste, e Milão é São Paulo. Na Croácia, Zagreb é SP ou Milão, e toda a costa croata é o Rio e o norte do Brasil. Até no Japão é igual: Tóquio e Osaka. Nessa ordem, respectivamente. Falamos sobre isso hoje na aula e eu nunca tinha me dado conta do quanto é exata a comparação.

E Firenze é uma píccola Roma.

Roma e Firenze são caóticas, e isso eu já falei. Mas é demais, demais, demasiadamente desorganizado. Tudo desorganizado. E as pessoas demoram demais, demais, demais pra te atender, pra te entender, pra fazer qualquer coisa. Só são rápidos na grosseira e na gritaria. E a inteligência é curta, curtíssima. Já Milão, não. Milão é organizada. É eficiente. É tudo pra ontem. É tudo execelente. Mas é tudo estressante. (E é por isso também que eu estou em Firenze e não em Milão).

Firenze foi construída ao redor do Duomo, por isso é toda irregular. Foram cosntruindo as ruas de qualquer jeito. Nada é reto, nada é lógico, nada é minimamente ordenado. E como eu já tinha dito: ninguém tá nem aí. Roma é a mesma coisa.

Firenze não tem gelo. Não tem gelo pra comprar em lugar nenhum. Simplesmente isso não existe aqui. Nos restaurantes, às vezes, com sorte, te dão um pouquinho se você insistir. Nos bares, só para quando a bebida REALMENTE demanda. Nas casas dos italianos, raríssimo, raríssimo!!

Em Firenze, o pessoal trabalha de manhå, vai pra casa almoçar, descansa umas duas horas. Volta às 15h30, trabalha mais um pouquinho - e bate papo bastante - e depois vai pra casa descansar de novo. Sexta à tarde, muitos nem trabalham, já começam o findi venerdi-mezzo-giorno.

Em agosto tudo fecha porque eles vão de férias. Tem até hotel que fecha, juro!

E se alguém de Milão vai viver em Roma ou em Firenze, no começo é aquela tortura. E tem que se acostumar. Tem que reduzir a velocidade, tem que se conformar em diminuir a qualidade do trabalho - sim, porque o trabalho em Roma è "cosi". Bem assim. Bem mais ou menos. Sem grandes esforços ou grande preocupação em fazer a coisa bem feita. Nada. Pra quê? O que importa é fazer de um jeito que funcione meia-boca e ir logo pra casa ou pro restaurante ou pro bar (que fecham, alguns às 11h, alguns à miea-noite, no máximo às 2h.). Então é a velha e boa questão do "se acostumar" a mudar o ritmo entre Milão e Roma, São Paulo e Rio. Tóquio e Osaka... E em qualquer lugar do mundo.

E qualquer um para fazer essa mudança de ritmo precisa receber de Deus uma parcela a mais de paciência. Portanto as pessoas também são tutto la stessa cosa.

E eu nem sei por que escrevi tudo isso. Eu só queria dizer que Roma é o Rio e Milão é São Paulo. E Firenze, eu diria, é Recife. Com direito a Olinda ao redor da Santa Croce (isso quem disse foi meu irmão e achei que ele tem toda a razão. Eu nem tinha me dado conta, mas as ruas de paralelepípedos e cheirando a xixi só faltam ser ladeiras para transportar Firenze a Pernambuco).
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