quarta-feira, 10 de outubro de 2007

TEATRO E COMIDA DIFÍCIL


O Teatro Municipal de Paranavaí é lindo.


Pra nós a platéia é armada no palco, junto com a gente, já que a peça é de arena. Ficou interessante nesse palco imenso. E a sensação de estar naquele teatrão é boa demais.

O espetáculo também foi bom. Paranavaí me pareceu uma cidade que se importa com a Cultura, embora, segundo as meninas que fizeram a oficina, seja um lugar para aposentados virem passar anos tranqüilos de velhice. Discordo. Ou não. Afinal, cidades do interior, de uma maneira geral, poderiam ter todas essa característica. Ou tem. Mas, enfim, só de ter um teatro como esse, Paranavaí já ganha muitos pontos.

E um cara chamado Torrentes, do Sesc daqui, contou que a cidade tem tradição de festivais de declamação de poesia. Pois é. Tem um monte. O pessoal decora um poema, vai lá, e declama. Há grupos que fazem isso informalmente, tipo saraus, e há esses festivais organizados pelo Sesc e pela Prefeitura, acho. Tem desde criança até tralalá declamando poesia por aqui. Deve ser bonito. No mínimo, curioso.

Tati, você que ama poesia, ia gostar ou ter preguiça de assistir?
EU ia adorar.


Aqui, finalmente conseguimos comer um salmãozinho cru, depois de dias e dias de procura por comida japonesa em todas as cidades por onde passamos. Um temaki gostoso e carérrimo num lugar bem charmoso no meio da praça linda de Paranavaí. E um sashimi meio safado no Bar do Kengo... Nada de ótimo, não. A verdade é que nós, que moramos na insanidade de São Paulo, precisamos entender e nos conformar que nem tudo há no interior do Paraná. E nem no interior da gente.

Aliás, comer por aqui é bem difícil se você não se encaixar nos horários certinhos da cidade. Depois das 14h, esquece, não tem restaurante aberto. Juro. Nenhum. Nem UM. Com sorte, cê acha uns salgados de boteco, uns pastéis... mas comida, not. Nem no hotel. E isso acontece nas outras cidades também. É normal, será? Ai, pra mim é incrível. Juro: NENHUM restaurante aberto na cidade inteira. A resposta é sempre a mesma: "ah, agora só pro jantar". Tá. Se isso é mesmo um problema? Ah, não. Mas eu quis contar. Porque pra quem vive na terra da gastronomia, é incrível.

Amanhã vamos pra Umuarama.
Depois, Foz do Iguaçu. Aguarde, em breve, o relato:
"Os sacoleiros da Gota invadem o Paraguai".

A oficina foi super bacana. Meninas de 10 anos fofíssimas e um senhor de 65 quase tão fofo quanto elas. Gente muito boa. De gestos detalhados e cuidadosos. Levo daqui, desta cidade que me parece ter tudo em dez quarteirões, isto: a atenção no gesto, no detalhe, na preciosidade de uma simples reverência bem feita.

Estou meio feudal.

Fotos de Paranavaí

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