domingo, 11 de novembro de 2007

SAUDADE QUENTE

Da Paraíba, fomos para Maceió, nas Alagoas.
De Maceió, voltamos para o Ceará e agora estamos no Cariri.
Cariri é Juazeiro do Norte, Crato, Nova Olinda, Barbalha e... esqueci. Estamos em Juazeiro. Temos apresentações aqui e no Crato. É tudo bem interessante.


Se você perdeu a fé, ou conhece alguém que perdeu, avise: ela deve estar por aqui, em Juazeiro. Além do comércio insuportavelmente saturado de religião, a fé neste lugar é literalmente abundante, transbordante, e tem de sobra pra quem quiser vir aqui buscar um pouco. Não há nenhum - juro, eu não vi nenhum - estabelecimento que não tenha Padre Cícero na porta, ou na parede, ou num cantinho, e no olhar de cada um. Eles respiram fé no Padim de Sinhozinho Malta. As mulheres, principalmente as mais velhas, são lindas de ver. São um pouco maltratadas pelo sol arrasador de tão quente que brilha aqui, e aparentam ter bem mais idade do que de fato têm, mas, mesmo assim, são lindas de fé.

SAUDADE
Chegmos num ponto da viagem em que todo mundo tá morto de saudade de casa. Só pra registrar. Porque tem sido o assunto permanente. Saudade e calor.

FESTIVAL
Acontece aqui na região a 9a MOSTRA SESC CARIRI DE CULTURA. As três cidades onde há eventos - Crato, Juazeiro e Nova Olinda - estão cheias de grupos de teatro, dança, música. E as cidades são bem cheias de modernidade, diferentemente do que a gente imaginava. Não tem jeito mesmo, o progresso é inevitável. A cultura regional se perde um pouco, mas, Graças a Deus, permanece aqui e ali. Mais pra turista ver do que pro povo da região cultivar. Isso é pena. É algo que me parece bem representado no seguinte: o programa de sábado à noite é ir passear na Praça Padre Cícero - bem de acordo com a cidade -, mas a brincadeira favorita das crianças é passear de motinho elétrica que alugam ali mesmo. É estranho. Parece que não encaixa. É como se essas crianças, na primeira olhada, não combinassem com essas motinhos. Mas é assim que é. Dez minutos de passeio por um real. Enquanto a moça que vende crepes me diz, um pouco triste: só aqui mesmo pros minino andar nisso aí. Eu queria comprar pro meu pequeno, mas sabe quanto custa?! Seiscentos reais! Dá não! O crepe de queijo é R$ 1,50.

POLÍTICA
Alagoas é um lugar meio estranho. Depois de Fernando Collor de Mello. Os prédios riquíssimos da orla de Maceió insistem em te fazer lembrar o tempo inteiro de que aquela é a terra desses sujeitos ladrões, que devem ameaçar todo mundo de morte em época de eleição. Não tem explicação. Nem eles, nem essa sensação que me deu ao caminhar pelo calçadão da Praia de Pajuçara. Acho que a gente só pensa que a ditadura acabou.

Muitas fotos atrasadas.
Seguem assim, no calor do Cariri.

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