domingo, 19 de outubro de 2008

DEZ HORAS DE SEPARAÇÃO

Voar de São Paulo a Buenos Aires não costuma ser uma tarefa difícil, complicada ou demorada. Mas desta vez fui sorteada.

Da minha chegada para o check-in no aeroporto de Guarulhos, em SP, às 8h30 do primeiro domingo com horário de verão, até eu ganhar o abraço delicioso da Sofia às 18h30 no Ezeiza, em Buenos Aires, foram dez horas de tédio, sono, fome e exercício de paciência com o chá de poltrona que a TAM deu nos passageiros do vôo 8010. E ouvi comentários não muito animadores enquanto esperávamos. Embora a tripulação tenha sido muito gentil e prestativa, parece que não vai ser surpresa se a companhia estiver andando mal. Espero que não, já que tenho "orgulho de ser brasileira".

Foi uma soma de atrasos sabe-se-lá-por-quê e problemas no computador da caixa preta: quase duas horas esperando para embarcar, depois mais duas dentro do avião, e mais uma e pouco até sairmos de uma aeronave e nos re-acomodarmos em outra. Para, enfim, decolar. Nada disso importava quando eu sabia que estava indo ver minha irmã e minha sobrinha - com esse sorriso que me arrasa -, mas pode importar para os "anais jornalísticos"... rs. Registremos, então, duas observações, já que aqui se deve escrever.

Pois, veja, em cinco meses lá no outro contninente, não aconteceu nada parecido. Salvo um atraso de duas horas na chegada do trem que me levaria de Budapeste a Praga, todas as outras viagens, por terra ou por ar, foram bem pontuais. Até na Itália caótica. Então por que a gente não consegue?

Por outro lado, como é gostoso ser brasileiro. Mesmo com todo esse transtorno, estávamos lá (quase) todos os passageiros de bom-humor, falando alto, rindo, descobrindo as histórias uns dos outros, correndo atrás do cachorro-rato que viajava com a gente dentro do avião, e tentando achar saídas divertidas para os coitados que iam perder a conexão para outros lugares.

Portanto dez horas não são nada perto do tempo e do espaço que nos separam das gentes dos outros continentes. Somos muito mais legais.

COCÔ XIXI PUM
Enfim, desembarco no Ezeiza meio zumbi e não vejo ninguém. Mas como? Minha irmã e a Sofia disseram que estavam aqui! Dou uma voltinha ao redor de mim mesma, ansiosa, mas antes de eu ter tempo de pensar no que fazer, sou agarrada de amor! Um micro-ser de cabelos cacheados e uma flor bem no alto da cabeça me abraça por trás com força e com o maior sorriso da argentina, e me diz assim: Tchia Chuuuuli, disculpa qui a chênti não táfa aqui quanto cê saiu, é que éu fui no bánhêlu facê cocôôôô!!!!!!!!

Buenos aires nos esperam.
.

3 comentários:

Unknown disse...

Que coisa linda essa menina!Juli è a tua cara!!!!E fiquei lembrando da mensagem dela no teu celular e dando uma carinha àquela vozinha linda!Um beij oe curta muito a sua sobrinah e irma!Eu sei o quanto vc esperava por esse momento!Bjs

Aline Arruda disse...

Clarooo... tchia chuliii.... aii que lindaaa... vai corujar essa princesa lindaaa.... saudades!!!

Anônimo disse...

Manda bala Juli!!!
estamos no aguardo dos próximos capítulos...
PS: De quê mais a gente precisa na vida depois de um abraço verdadeiro de uma criança??

bj Tati