quarta-feira, 30 de abril de 2008

LINDA-A-VELHA

É possível não notar e não amar uma placa de cidade com esse nome? Linda-a-Velha, assim mesmo, com hífen. Não fomos até lá e a idosa-bem-apessoada não tem nada a ver com o nosso dia, mas divertiu meu caminho de volta a Lisboa pela auto-estrada, portanto eu quis fazer aqui esta homenagem a ela. Grata.

Passamos o dia em Sintra, Cascais e Estoril. Tivemos a amável companhia da Maria, nossa GPS, que foi uma fofa, mas quase já nos cansou com tanta falação! O que tem de ROTUNDA neste lugar não é brincadeira! Só hoje a Maria falou “rotunda” umas 87 vezes, no mínimo. Mas, enfim, teremos de conviver com ela por um mês, e MUITO, portanto, esquece. A cém métrosh, rrrrotúnnda; pég a primáira sâída.

Graças à Maria e à minha ignorância quase perdi minha carta hoje, contornando as areias de Cascais. Peguei uma via exclusiva de BUS e passei por três sinais de proibido seguir em frente, e fui! Mas como Deus é grande - e eu estava simpatica e educada – a policial que me parou era uma mulher queridíssima, que explicou direitinho a absurda infração e me deixou dar meia-volta. Foi bem engraçado. Não, minha mãe não achou a menor graça. ☺

Castelo em Sintra, praia e charme em Cascais, casino em Estoril. Quanto custa? Não tem preço – porque ganhei 50 euros na maquininha papa-níquel do Robin Hood. Eu sou sortuda, é verdade. Mas o segredo é que fico tão feliz quando ganho qualquer coisa que páro de jogar imediatamente só pra levar o prêmio pra casa. Saldo: um dia de sol lindo e delicioso. E amanhã já vámosh partîr d’Portugal pr’Eshpánha. Ó-brigada.

PS: a melhor da Maria é que quando você erra e ela não sabe o que fazer, ela diz: SE P’SSÍVEL, mud a marcha. Isso quer dizer que é pra você inverter a direção em que o carro está indo. Mas, normalmente, NÃO é p'ssível - porque ela pede isso quando você está numa avenidona, numa ruela estreita e longuíssima, ou numa estrada, sem o menor sinal de retorno nos próximos anos. É de gargalhar quando ela começa com SE P’SSÍVEL… Portanto hoje o poema-do-dia vai pra Maria:

Se Possível Um Soneto

Se possível acorde cedo
E saia da garagem sem bater
Se possível suba a ladeira sem medo
Até lá onde os reis costumavam se esconder

Se possível não erre o caminho
E não encontre com a polícia na contramão
Se possível tome um solzinho
À beira da praia no quase-verão

Se possível, na rua da saudade
Tire uma foto
Pra posteridade

Se possível vá com aquela que lhe pariu
Ganhar um dinheirinho
No Casino Estoril


terça-feira, 29 de abril de 2008

COMEÇOU: O NOVO CONTINENTE!


Enfim... a Europa!
Terra, céu, terra, céu.
Chego a Portugal sabendo histórias novas sobre meus avós e meus pais. Foi o recheio entre São Paulo e Lisboa. Eu pergunto, minha mãe conta, eu escuto e adoro. Nada melhor do que histórias de famîlias e passados e viagens, a caminho de lugares onde tanta coisa já aconteceu.

Passeamos por Lisboa e minha alma gentil não se partiu. Pelo contrário, começa a acumular a alegria de cada descoberta. Minha mãe voltou ao túmulo do Camões 48 anos depois, e juntas lembramos cada detalhe de quando ela esteve aqui com 22 outras meninas, na viagem de formatura da escola. Já não se fazem mais viagens de formatura como antigamente. Antes, Europa. Hoje, Porto Seguro. Pobres de nós. Mas neste porto, às margens deste rio, e aos pés da Rapunzel de Belém fizemos o poema do dia. E até amanhã.

Poema da Torre
Torre minha sob o sol
Filhinha
Toalha bordada
Portuguesa mal-humorada
Mãezinha
Não compra nada
Um pastel
Dois cafés
Sem taxis
Quatro pés
Velhinhos em casais
Amanhã: Cascais
Mas faltou o Tejo.
Não! A falta é outra.
O rio eu vejo...